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A Realidade do Superendividamento: Excesso de Cartões e Crédito Fácil Afeta uma a Cada Cinco Famílias. Foto: Brasil 61 |
O superendividamento atingiu uma em cada cinco famílias brasileiras (17,7% do total) no ano passado, conforme revela pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio).
Especialistas indicam que o excesso de cartões de crédito, empréstimos em diferentes bancos e descontrole financeiro são fatores cruciais para o aumento das dívidas.
Atualmente, o Código do Consumidor define superendividamento como "a impossibilidade manifesta de o consumidor pagar a totalidade de dívidas relacionadas ao consumo", incluindo operações de crédito, compras a prazo e serviços de prestação continuada (água e luz, por exemplo).
Saída para a Saúde Financeira
O professor de direito do consumidor do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público) Ricardo Morishita Wada destaca que entender a situação da dívida é crucial para buscar soluções.
Programas governamentais como o Desenrola Brasil oferecem a oportunidade de negociar dívidas, repactuar planos de pagamento e retomar o controle financeiro.
Morishita elogia a criação, pelo Ministério da Justiça, de um grupo de trabalho para a prevenção e tratamento do superendividamento de consumidores e aconselha que quem está superendividado busque ajuda.
Tipos de Superendividamento
Existem duas principais razões para o endividamento excessivo:
Quando o consumidor devido a imprevistos como perda de emprego, problemas de saúde na família entre outros acaba perdendo o controle das contas.
Quando o endividamento é causado pelo próprio consumidor ao contrair dívidas sem controle
A professora de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), Myrian Lund, destaca que o superendividamento é geralmente resultado de dívidas sobre dívidas.
A pessoa recorre a empréstimos em diferentes bancos para pagar dívidas crescentes, enquanto sua capacidade de quitar essas dívidas diminui. Lund também observa o excesso de cartões de crédito como uma característica comum do superendividado.
Renda e Juros
O achatamento ou má distribuição da renda e as altas taxas de juros no Brasil são apontados como problemas que contribuem para o superendividamento.
Esses fatores aumentam a possibilidade de ter mais dívidas do que o patrimônio pode suportar. O tratamento do superendividamento requer que o consumidor esteja de boa-fé, sem intenção de prejudicar outros.
Ajuda e Conciliação
Buscar ajuda é fundamental, e programas de conciliação, como o Desenrola Brasil, oferecem maneiras de negociar e repactuar dívidas.
Audiências de conciliação podem ser realizadas, envolvendo defensores públicos, o devedor e representantes do banco. O objetivo é chegar a um acordo que permita ao devedor atender às suas necessidades básicas.
Defensores públicos, como Thiago Basílio, subcoordenador do Nudecon (Núcleo de Defesa do Consumidor) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, destacam que os casos não são resolvidos imediatamente.
Eles envolvem etapas para garantir a subsistência da família, negociação, início do pagamento e educação financeira para evitar recaídas.
Se você conhece alguém enfrentando o desafio do superendividamento, compartilhe este artigo para que mais pessoas possam entender as estratégias e a ajuda disponíveis para recuperar a saúde financeira.
Juntos, podemos promover uma cultura financeira mais saudável e apoiar aqueles que buscam soluções para suas dívidas.
Fonte: R7.com
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